Academic literature on the topic 'Arqueofauna'

O Aterro do Limoeiro está localizado na planície de inundação do Pantanal, dentro de um sistema de canais fluviais articulados com lagoas e com o rio Paraguai. Os seus habitantes pertencem aos grupos ceramistas pré-coloniais, que permaneceram no local entre 1.290 ± 100 anos A.P. a 2.640±100 anos A.P. e sua presença produziu vestígios de material cerâmico, lítico, remanescentes faunísticos, sepultamentos, instrumentos e adornos. Nesse contexto, o presente estudo tem o propósito de identificar o uso da fauna, pelos habitantes do aterro, a partir da identificação anatômica e taxonômica dos remanescentes de invertebrados e de vertebrados. Dessa forma, foi possível identificar os animais com seus aspectos ecológicos e sua provável utilização para a alimentação e como fonte de matéria-prima na fabricação de instrumentos e de adornos.

O objetivo deste trabalho foi analisar a subsistência dos Guaranis da região de Piraju-SP, pelo estudo dos vestígios faunísticos do Sítio Piracanjuba. Constatou-se a predileção de animais de médio a grande porte na subsistência desses grupos, além da ausência expressiva de peixes que pode estar ligada a tabus ou devido aos processos tafonômicos.

Este artigo apresenta os resultados da análise dos remanescentes faunísticos recuperados em um sítio arqueológico localizado no litoral sul do Estado de Santa Catarina, município de Araranguá. Foram tomados como referência duas quadrículas escavadas, de 1 x 1 m. Procura-se caractenzar o tipo de faunautilizada pela população humana em estudo e possíveis relações com a forma de assentamento. Restos depeixes e mamíferos constituem a maior parcela dos vestígios examinados. Os remanescentes de moluscos são representados basicamente por restos de Mesodesma mnctroides, sendo pouco representativos na amostra.

Os sambaquis são um tipo de sítio arqueológico pré-histórico freqüente ao longo da costa sudeste brasileira. Construídos entre 7000 a 1000 anos AP, esses sítios indicam grupos humanos muito adaptados às condições locais. Os ecossistemas costeiros são geralmente tidos como ambientes com alta capacidade de suporte embora tenham sido ocupados tardiamente pelo Homem. A adaptação de bandos nômades às condições litorâneas parece ter acarretado grandes mudanças sociais, econômicas e culturais. A análise das amostras da arqueofauna de três sambaquis oferece um exemplo da natureza da adaptação do homem pré-histórico a esses meios.

<p>A pesar de la presencia frecuente del conejo en los mitos, en la iconografía, en el calendario y en las tradiciones aztecas, los restos de este animal resultan relativamente escasos en las excavaciones de asentamientos mexicas. ¿En qué medida esta discordancia puede explicarse precisamente por su papel en la cosmogonía? A través de un estudio de la arqueofauna y de los resultados de las excavaciones de varios sitios del México central, tratamos aquí de definir el papel de este animal en la vida cotidiana de los mexicas. </p>

O litoral do Extremo sul Catarinense é uma área importante para compreender as dinâmicas das ocupações pré-históricas no litoral meridional brasileiro. Nessa área foram localizados sítios de grupos com hábitos caçadores-coletores, pescadores-coletores e horticultores ceramistas relacionados a grupos indígenas Jê-Meridionais e Guarani. Este artigo apresenta os primeiros resultados integrados das pesquisas realizadas no sítio Sambaqui Lagoa dos Freitas, situado município de Balneário Rincão, na localidade de Lagoa dos Freitas, Santa Catarina. O mesmo apresentou dois horizontes cronológicos associados as fases finais de ocupação Sambaquieira estabelecidas na região arqueológica de Santa Marta (fase 3 e 4), com padrões estratigráficos e cultura material que indicam uma continuidade de exploração ambiental que foi replicada entre as regiões sul de Santa Catarina e Norte do Rio Grande do Sul. O sítio apresenta uma quantidade de dados que podem trazer diferentes contribuições a respeito das antigas sociedades litoraneas meridionais, especialmente nas modalidades de ocupação que refletidas em diferentes sítios arqueológicos, apresentam no contexto estratigráfico a sucessão dos grupos humanos no litoral meridional brasileiro. Os dados aqui apresentados são oriundos das pesquisas desenvolvidas no projeto de pesquisa Arqueologia Entre Rios: do Urussanga ao Mampituba (AERUM).

Las particularidades del proceso de conquista y colonia en América generaron nuevas formas de cotidianidad que, sin embargo, mantuvieron muchos de los elementos culturales de lo indígena y lo africano. La alimentación no fue ajena a ello y aunque hubo un interés por reproducir los estilos de vida europeos en el Nuevo Mundo, en realidad se generaron procesos de transculturación que permitieron la confluencia de saberes, tradiciones y productos de diversos orígenes. En este trabajo se expone a través del análisis de la arqueofauna excavada en el Hospital San Juan de Dios de Panamá Viejo, como el elevado consumo de fauna foránea (res, cerdo y gallina), contrasta con un consumo también alto en moluscos locales, en el que varios grupos de la población colonial panameña participan en la construcción del modelo alimenticio en el istmo.

Resumen: Este artículo revisa como la pesca y recolección de moluscos en tiempos precolombinos han contribuido a la subsistencia de las poblaciones del Caribe colombiano. A través de datos etnohistóricos, ambientales y arqueológicos sobre el uso de los recursos acuáticos se sugiere que las poblaciones humanas se han adaptado a distintos ambientes. Los recursos se obtenían en ambientes cercanos a la costa como manglares, fangos arenosos, playas arenosas de aguas turbias, aguas salobres y ciénagas. No se registran artefactos asociados a la pesca o recolección de moluscos. Por consiguiente, el uso de arqueofaunas junto con el mejoramiento de las colecciones de referencia permiten una mejor aproximación a las condiciones ambientales, climáticas y al estudio de la cultura de los grupos humanos que habitaron el Caribe colombiano desde hace 5000 años. Abstract: This article reviews existing information on the fishing and harvesting of molluscs in Pre-Columbian times in four sites on the Colombian Caribbean. Through ethnohistorical and archaeological data on the use of aquatic resources, it is suggested that human populations have adapted to different environments. The resources were obtained in environments near the coast such as mangroves, sandy mud, and sandy beaches of murky waters, brackish water and marshes. There are no artifacts associated with fishing or shellfish collection. Therefore, the use of archeofaunas together with the improvement of reference collections allow a better approximation to the environmental and climatic conditions and to the study of the culture of the human groups that inhabited the Colombian Caribe for 5000 years. Resumo: Este artigo revisões informações existentes sobre a pesca e a colheita de moluscos em épocas pré-colombianos em quatro locais no Caribe colombiano. Através de dados etno-históricos e arqueológicos sobre o uso de recursos aquáticos, sugere-se que as populações humanas se adaptaram a diferentes ambientes. Os recursos foram obtidos em ambientes próximos ao litoral, como manguezais, lama arenosa, praias arenosas com águas turvas, águas salobras e brejos. Não há artefatos associados à pesca ou coleta de moluscos. Portanto, o uso da arqueofauna aliado à melhoria das coleções de referência permite uma melhor aproximação às condições ambientais e climáticas e ao estudo da cultura dos grupos humanos que habitaram o Caribe colombiano por 5000 anos.

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A presente dissertação propõe analisar no contexto arqueológico, os estudos arqueozoológicos, os quais são de suma importância para se entender os processos culturais nos quais as relações homem e animal estão envolvidas. Esta investigação vem contribuir para a interpretação dos vestígios faunísticos reptilianos oriundos de sítios arqueológicos. Neste trabalho foram estudados os remanescentes do sítio Furna do Estrago, localizado em Brejo da Madre de Deus, Agreste Pernambucano. Os processos tafonômicos contribuem para o entendimento das modificações encontradas nos elementos osteológicos, buscando constatar a interferência do homem na formação de concentrações ósseas, bem como, na tentativa de elucidar questões a respeito das estratégias de subsistência humana em períodos de estresse alimentar. Assim, através das análises tafonômicas, procurou-se determinar as possíveis alterações nos vestígios ósseos: marcas de corte, dente, raspagem e queima. A tafonomia atua portanto, como um elemento caracterizador e facilitador no diagnóstico das alterações sofridas pelos vestígios faunísticos, sejam pela ação natural ou antrópica. Foram analisados 391 (trezentos e noventa e um) vestígios reptilianos do Corte 7, sendo 89 (oitenta e nove) placas dérmicas de quelônios, 264 (duzentos e sessenta e quatro) vestígios ósseos de lagartos pertencentes à espécie Ameiva ameiva, Tropidurus hispidus, Tupinambis merianae e, 38 (trinta e oito) peças ósseas indeterminadas, devido ao alto grau de fragmentação. As análises zooarqueológicas dos vestígios reptilianos do sítio Furna do Estrago foram anteriormente efetuadas por Queiroz, 1994. O sítio Furna do Estrago está situado no município de Brejo da Madre de Deus, zona de transição entre o Agreste e o Sertão pernambucano, escolhido para a pesquisa por representar um bom atrativo ambiental, já que se trata de brejo de altitude. A diversidade faunística registrada no sítio também foi um dos fatores que contribuíram em sua escolha para estudo. As análises tafonômicas foram realizadas a partir de estudos precedentes em outros sítios arqueológicos (Sancho, 1992; Lymam, 1994). O resultado da pesquisa permitiu constatar as marcas existentes, como também evidenciar algumas alterações realizadas intencionalmente pelo homem, o que nos faz acreditar que durante um determinado período a fauna reptiliana teria sido utilizada como fonte alternativa de alimentação humana

In two burials found in the archaeological site of Justin were highlighted human subjects and animals interred, concomitantly, in the mortuary context of prehistoric culture of the Xingó region, between the states of Sergipe and Alagoas. After the archaeological intervention, the skeletons remained in plaster cocoons until the time to be studied. In the second half of the 1990s there was an application of a consolidating substance for morphological preservation of skeletons 119 and 166, whose burials have indicated the presence of animals probably interred in human graves on purpose. This fauna archaeological found in the funerary context of past groups, showed that both the individual 119, which evidenced a ferret (Galictis cuja), as the 166, found with a bird, possibly prey, associated, offered evidence linked funeral activities the symbolic activities, in other words, that culture had a sense of abstractly fauna in which individuals could hold a different social status and the animals would have functions such as psychopomp.
Em dois enterramentos encontrados no sítio arqueológico do Justino foram evidenciados indivíduos humanos e animais inumados, concomitantemente, no contexto mortuário de cultura pré-histórica da região de Xingó, entre os Estados de Sergipe e Alagoas. Após a intervenção arqueológica, os esqueletos permaneceram em casulos de gesso até o momento de serem estudados. Na segunda metade da década de 1990 houve uma aplicação de uma substância consolidante para conservação morfológica dos esqueletos 119 e 166, cujos enterramentos indicaram a presença de animais provavelmente inumados em sepulturas humanas de forma proposital. Essa arqueofauna, encontrada no contexto funerário dos grupos pretéritos, demonstrava que tanto o indivíduo 119, no qual foi evidenciado um furão (Galictis cuja), quanto o 166, encontrado com uma ave, possivelmente de rapina, associada, ofereciam indícios de atividades fúnebres ligadas a atividades simbólicas, ou seja, essa cultura tinha uma percepção da fauna de forma abstrata na qual os indivíduos poderiam deter um status social diferenciado e os animais teriam funções como a de psicopompo.

Una discusión clásica en la actual investigación paleoantropológica reside en identificar las similitudes y diferencias entre los comportamientos y modo de vida de neandertales y humanos anatómicamente modernos. El análisis de los patrones de subsistencia es un elemento clave, ya que el modo en que ambas especies explotaron los recursos animales aporta datos sobre la dieta y el modo de adquisición de las presas, pero a la vez conlleva implicaciones que conforman diferencias entre los modos de vida de ambas especies. Tradicionalmente, la comparación entre las estrategias de subsistencia de neandertales y H.sapiens se ha articulado en torno a dos visiones opuestas, una que caracteriza la organización neandertal como limitada e inferior frente a otra corriente en la que se señala que las diferencias entre ambas especies no son tan marcadas. En los últimos años, las hipótesis que sugerían una incapacidad de los grupos neandertales para el desarrollo de técnicas cinegéticas activas y abocados al carroñeo de carcasas de animales de gran tamaño han ido perdiendo fuerza y se han visto refutadas por investigaciones y estudios tafonómicos más exhaustivos, que sugieren escasas diferencias entre las capacidades cinegéticas de ambas especies. El objetivo de esta tesis está enfocado a la una interpretación de los patrones de subsistencia en un yacimiento concreto, Cova Gran de Santa Linya (Lleida), en el cual se han estudiado los conjuntos zooarqueológicos recuperados en niveles de Paleolítico medio final y Paleolítico superior bien contextualizados, a fin de interpretar las estrategias de subsistencia de los últimos grupos neandertales y comparar sus técnicas con las desarrolladas por los humanos modernos. La metodología planteada en este estudio se centra en el análisis tafonómico del material óseo. En este sentido, los aspectos tratados abarcan la descripción taxonómica, representación esquelética y perfiles de mortandad de cada especie, el análisis de los patrones de fractura y el reconocimiento de modificaciones óseas a fin de identificar los agentes responsables de la acumulación del conjunto. Los resultados obtenidos muestran el importante papel de los procesos post-deposicionales en la modificación y conservación del conjunto. No obstante, los indicadores de fractura en fresco, así como las modificaciones relacionadas con la fracturación intencional de los restos óseos y marcas de corteseñalan que los conjuntos son resultado de las actividades antrópicas. Los conjuntos atribuidos al Paleolítico medio caracterizarían las estrategias de subsistencia neandertales como basadas en la adquisición de mamíferos de talla mediana (ciervos) y grandes o muy grandes (équidos y grandes bóvidos). Los perfiles esqueléticos señalarían el transporte preferencial de extremidades al abrigo, con un dominio de elementos de alto contenido cárnico y tuetano. Estos indicadores se podrían relacionar con una plena capacidad neandertal para la caza activa, con un acceso a partes anatómicas de elevado valor nutricional. En los conjuntos asignados al Paleolítico superior inicial se observa un cambio en el tipo de presas adquiridas: mientras que los cérvidos siguen estando representados, desciende la abundancia de los équidos y se aprecia un aumento de animales de talla media- pequeña (cabra), escasamente representada en los niveles Musterienses. Las conclusiones alcanzadas muestran un cambio en las estrategias de subsistencia desarrolladas por neandertales y humanos modernos, que solo parece identificarse a nivel regional, y que se basa en diferencias en el tipo de presas adquiridas. Este cambio coincide con lo observado en la industria lítica, por lo que podría relacionarse con una variación en el tipo de tácticas cinegéticas empleadas por cada una de estas especies.
A classical discussion on current paleoanthopological research deals with the identification of similarities and differences between Neanderthals and anatomically modern humans' behaviour and lifeways. A key point on these discussions is the analysis of subsistence patterns, which provides information about diet and prey acquisition techniques, but also implies inferences regarding both species' behaviour. Traditionally, the comparison between Neanderthals and H.sapiens subsistence strategies is being approach through two diverse views, the former defining Neanderthal organization as limited and inferior, opposite to researches that do not point out remarkable differences between both species. Recently, hypothesis suggesting Neanderthal groups were unable to undertake active hunting techniques and therefore representatives of an obligate scavenging of large mammals have been dismissed by new and more detailed zooarchaeological and taphonomical researches, suggesting scarce differences on the capacities of both species. This thesis is focused on the interpretation of subsistence patterns in Cova Gran de Santa Linya (Lleida). We have analysed Middle Palaeolithic-early Upper Palaeolithic levels bone assemblages precisely contextualized, in order to make inferences about the subsistence strategies of last Neanderthals groups and compare them with those developed by modern humans at the North-eastern Iberian Peninsula. The methods applied focused on the taphonomical analysis of bone material. We have analysed the taxonomic composition, skeletal representation, mortality patterns and bone modifications in order to identify the accumulator agent of these assemblages. Our results show the important role played by post-depositional processes on the modification and preservation of the assemblage. Nevertheless, fresh fractures indicators and cortical modifications related to intentional breakage of bones to access their marrow content, as well as cutmarks, suggest these assemblages are the result of anthropic activities. Middle Paleolithic bone assemblages characterize Neanderthal subsistence strategies as based on the acquisition of medium size (red deer) and large or very large (equids and large bovids) mammals. Skeletal representation suggest the transport of limb elelment to the site, with a dominion of high nutrients content elements. These indicators could be related to Neanderthals full active hunting capacities, with an access to high value anatomical parts. Early Upper Palaeolithic assemblages show a change in the type of preys acquired. Cervids are well represented yet, but there is a decrease of equid elements abundance while increasing the quantity of small size animals (mainly goat), scarcely documented on Musterian archaeological levels. Our conclusions suggest a change on Neanderthals and modern humans subsistence strategies, most obvious at a regional than European scale, and based on differences in the size of preyed mammals. This change is similar to what the discontinuity described on lithic technology, which could suggest a variation between Neanderthals and modern humans hunting strategies.

Esta pesquisa teve como objetivo principal investigar a relação entre a arqueofauna e os grupos humanos que ocuparam os sambaquis fluviais - Estreito (4124±27), Caraça (1607±24), Lageado IV (1460±60) e Tatupeva (3990±70), situados em Itaoca, no Vale do Ribeira de Iguape e, assim, contextualizar esses restos com os demais vestígios da cultura material. O emprego das abordagens - arqueofaunística, lítica e bioarqueológica - permitiu-nos discorrer sobre os processos de formação desses sítios e compreender as diferenças e semelhanças intra-sítio, envolvendo as três áreas do médio vale.
This research aimed to investigate the relationship between the archaeofauna and human groups that occupied the sambaquis fluviais (riverine sambaquis) - Estreito (4124±27), Caraça (1607±24), Lageado IV (1460±60) and Tatupeva (3990±70), located in Itaoca, Ribeira de Iguape Valley and thus contextualize these remains with the remaining traces of material culture. The use of approaches - archaeofaunal, lithic and bioarchaeological - allowed us to discuss the formation processes of these sites and understand the differences and similarities intra-site, involving the three areas of the middle valley.

Nesta dissertação, é feito o estudo de um conjunto osteológico faunístico de um silo de armazenagem do castelo de Aljezur, datados dos séculos XII/XIII, de acordo com os princípios metodológicos da disciplina da Zooarqueologia. O conjunto foi recolhido em campanhas arqueológicas que tiveram lugar em 1993, tendo-se mantido inédita. Neste estudo em particular, conclui-se que o castelo de Aljezur, sob a ocupação islâmica nos séculos XII/XIII terá sido ocupado por uma comunidade cuja estratégia de subsistência assentava na atividade cinegética de espécies como o coelho-comum, o javali, o veado-vermelho e o lince-ibérico, e à pecuária de ovino-caprinos, equídeos e galo doméstico, com auxílio do cão doméstico na caça e na guarda de rebanhos. No caso dos animais de maior porte, as espécies caçadas e de criação, com a exceção do lince, eram esquartejadas e a sua carne consumida, de acordo com técnicas gastronómicas específicas. Neste caso, os restos foram rejeitados como entulho de colmatação no que fora provavelmente um silo de armazenagem de cereais escavado no solo. O gato doméstico provavelmente integra também este conjunto, justificando-se a sua presença como animal de estimação. Já a presença de lince se justifica pelo interesse da pele. É de salientar ainda que os equídeos, o cágado-mediterrânico e o sapo integravam também os costumes alimentares desta comunidade. Por fim, menciona-se ainda a presença de murídeos, justificando-se a sua presença como animais comensais, típicos dos contextos urbanos.