Academic literature on the topic 'Autoritarisme – Angola'

RESUMO No artigo, analiso as relações de poder construídas entre o Estado e a sociedade em Angola após a independência do país em 1975, a partir de suas ambivalências e acomodações de interesses. Defendo que houve a construção de uma estrutura política em que o Estado/MPLA passou a ser o principal meio para a distribuição de benefícios e privilégios, contribuindo para o fortalecimento de uma estrutura autoritária e patrimonialista ao longo dos anos. Ao destacarem um cenário de autoritarismo, clientelismo e patrimonialismo, os romances de Pepetela e a construção de seus personagens dialogam com uma narrativa crítica acerca do projeto político adotado pelo Estado angolano.

Si la décision publique dans les organisations et les régimes occidentaux fait l'objet d'une attention régulière, elle est peu observée dans les contextes africains. C'est cependant dans ces espaces institutionnels, alimentés par les modèles traditionnel, colonial et wébérien, que l'on peut approcher la forme singulière de l'État africain et sa bureaucratie. En Angola, malgré le multipartisme, le régime reste autoritaire. Il organise la prédation des ressources et la population ne bénéficie pas de la croissance économique. L'accès à l'éducation de la formation d'une main d'oeuvre qualifiée ont pourtant été présentés par le gouvernement comme des objectifs prioritaires. La réforme de l'enseignement technique et professionnel prévoyait à cette fin la construction et l'équipement d'une cinquantaine d'établissements sur l'ensemble du territoire. En 2010, de nombreux établissements sont achevés mais demeurent vides, sans élèves ni enseignants. L'étude explore l'environnement de la décision qui a mené à cette réforme pour en comprendre les principales dynamiques, elle analyse aussi le rapports de force, les interdépendances qui existent entre les facteurs individuels, ceux liés à l'organisation, à la situation et à des éléments externes. Il semble que, parmi les multiples rationalités en jeu dans le processus de décision au ministère de l'éducation, celles relatives aux intérêts économiques des élites dominent et les préoccupations éducatives ont été reléguées au second rang. Au final, cette dernière doit davantage être perçue comme un élément de renforcement du pouvoir en place plutôt que comme une véritable politique publique
If attention is largely paid on public decision in Western countries and organisations, it is less analysed in African contexts. It is nonetheless in these institutional spaces, fed by traditional, colonial and weberian models, that we can approach the singular form of the African State and its bureaucracy. In Angola, despite multipartism, the regim remains authoritarian ; it organises predation of resources and people do not benefit from economic growth. However, access to education and training of skilled workers have been presented by the government as priority objectives. To this end, the technical and professional education reform foresaw to build and equip about fifty schools throughout the territory. In 2010, major work has been completed but schools remain empty, and had neither pupil nor teacher. The study explores the environment of decision that led to the reform in order to understand the main dynamics, it analysis the balance of power, interdependences linking the individual, organisational and the situational factors and those related to external elements. It seems that among the multiple rationalities at stake in the decision process in the Ministry of Education, those close to the economic interests of the elite dominate and education concern has been relegated to the background. Finally, the reform should be rather conceived as an element of reinforcement of the rulers power than a proper public policy

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
A presente tese versa sobre o processo de transição para a democracia em Angola. O período estudado compreende a independência do país em 1975 ao ano de 2012, com a realização das terceiras eleições gerais. Para tal, são realizados três recortes cronológicos, a saber: (1) de 1975 com a independência de Angola e a inauguração da Primeira República, ao ano de 1991 com o advento do multipartidarismo e da Segunda República; (2) da Segunda República em 1991, ao ano de 2010 com a promulgação da chamada Constituição Atípica e a instauração da Terceira República; (3) e da Terceira República em 2010, ao pleito eleitoral de 2012. Cada um destes períodos é estudado a partir da análise das instituições políticas que caracterizam a democracia. São igualmente identificadas e examinadas as razões que levaram a deflagrar a transição (por quê?); a forma pela qual a transição foi desencadeada (como?); os atores envolvidos no processo transicional (quem?); bem como o estágio da democratização em Angola. A tese é desenvolvida tendo em conta a produção bibliográfica existente sobre o tema e os dados empíricos coletados mediante entrevistas em profundidade com atores envolvidos no processo de transição e cidadãos comuns.